Sendo o Jazz transversal a todo o programa, a edição de 2023 do “Jazz em Monserrate” vai mais além, ao estabelecer pontes com outras expressões artísticas, como o cinema e a “spokenword”. O conceito do festival mantém-se, assente numa programação sólida e de grande qualidade, que tira partido do diálogo entre música, património e natureza, mas passa a “abraçar” novas formas de arte, com a certeza de que o jazz sempre foi capaz de transcender disciplinas.
O “Jazz em Monserrate” arranca a 8 de setembro, com Zé Eduardo Unit – A Jazzar no Cinema Português. O concerto traz para o universo jazzístico temas que integraram as bandas sonoras de filmes portugueses de diferentes épocas.
No dia seguinte, o programa abre com os Nomad Nenufar, que mesclam jazz com sonoridades eletrónicas.
Segue-se um concerto comentado pelo consagrado Sexteto do Hot Clube de Portugal, que celebra os 75 anos do mítico clube lisboeta. O espetáculo junta à música breves explicações sobre o que será dado a ouvir, numa viagem pela história do jazz.
O dia encerra com o pianista Filipe Melo e com o baterista João Pereira, que apresentam o filme musicado La Jetée, de Chris Marker. Exemplo perfeito do espírito inovador da Nouvelle Vague, o filme é, acima de tudo, uma experiência revolucionária de enorme criatividade que cruza várias artes. A narração está a cargo de Beatriz Batarda.
A 10 de setembro, o programa começa com um concerto/performance para famílias concebido por Nuno Cintrão. “A Improvisar é que a gente se entende” é uma experiência única de criação musical em que o público é convidado a fazer parte do espetáculo.
Os momentos de experimentação continuam com “Guarda-Rios”, um pássaro a três vozes que une João Neves, Susana Nunes e Mariana Camacho numa viagem pela música popular portuguesa e pela exploração livre da voz.
A fechar o dia, o guitarrista Nuno Costa e o pianista Óscar Graça trazem uma nova proposta de filme musicado, I don’t want to be a man, de Ernst Lubitsch, dialogará, no Parque de Monserrate, com a música criada e composta pelos dois músicos.
No segundo fim de semana do “Jazz em Monserrate”, a primeira proposta, no dia 15 de setembro, é o concerto The Art of Song vol. 1 – When Baroque Meets Jazz, que junta o piano de Filipe Raposo à voz de Rita Maria. O espetáculo funde a música erudita, o jazz e o cancioneiro tradicional.
O festival continua a 16 de setembro, com a “spokenword” de Pedro Freitas, o Poeta da Cidade, e o saxofone de Kenny Caetano. Dando primazia à língua portuguesa, “Poezz” baseia-se em textos reunidos na antologia do mesmo nome, organizada por José Duarte e Ricardo António Alves, e dá destaque à poesia de autores como Djavan, Drummond de Andrade e Rui Knopfli.
Seguem-se dois nomes fundamentais do jazz em Portugal: Maria João e Carlos Bica Quarteto. No Parque de Monserrate, apresentam um concerto que testemunha a amizade e a cumplicidade musical que os une e que teve o seu início na década de 1980, ficando registada em dois discos: Conversa (1986) e Sol (1991).
No último dia do festival, 17 de setembro, volta a estar programado um concerto para famílias com crianças a partir dos 3 anos. “O Jazz é Fixe”, da autoria do trio composto por Alvaro Rosso (contrabaixo), Vânia Couto (voz e guitarra) e João Mortágua (saxofone), proporciona uma divertida e criativa viagem pelo universo do jazz, recorrendo a objetos que à partida nada parecem ter a ver com a música.
Mais tarde, regressa a “spokenword”, desta vez com dois dos mais influentes protagonistas da cena musical portuguesa dos últimos 40 anos: Adolfo Luxúria Canibal (voz) e Carlos Barretto (contrabaixo). “Olhar o abysmo sem o deixar ganhar” é um concerto à volta de textos e poemas do universo da editora abysmo.
O “Jazz em Monserrate” encerra com Bernardo Moreira Sexteto com Cristina Branco como convidada. O concerto “Entre Paredes” traz os sons do universo do genial guitarrista Carlos Paredes através da leitura musical de Bernardo Moreira, que, com músicos de diferentes gerações, tem cruzado o jazz, o fado, a canção e o fado de Coimbra.
Os concertos realizados dentro do horário de funcionamento regular Parque e Palácio de Monserrate (9h00 > 19h00), serão de entrada gratuita para os visitantes que adquirirem o bilhete para o monumento. O acesso aos concertos agendados para as 19h30 e 21h00 faz-se mediante a compra do bilhete único diário, pelo valor de 15€.
Quem pretender assistir à programação completa, beneficiando também da entrada diurna no Parque e Palácio de Monserrate em todos os dias do “Jazz em Monserrate”, poderá adquirir o bilhete de ciclo que custa 76,50€. Estão também à venda bilhetes para cada fim de semana do festival – 8 a 10 de setembro e 15 a 17 de setembro – por 40,50€. Dão acesso a todos os concertos do fim de semana a que se referem e também incluem a entrada diurna no Parque e Palácio de Monserrate.
O “Jazz em Monserrate” é promovido pela Parques de Sintra e tem a conceção artística da Clave na Mão. O BPI – Fundação “la Caixa” é o mecenas do “Jazz em Monserrate”, que conta também com o patrocínio da Tranquilidade e com o apoio da Câmara Municipal de Sintra. A Antena 2 é media partner do evento.